A Organização Mundial de Saúde não dá certezas, mas é a primeira vez que os telemóveis surgem de forma oficial como potenciais causadores de cancro. Esta semana a Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC), um dos braços da OMS, classificou a exposição a campos electromagnéticos de radiofrequência como possivelmente carcinogénicos. A decisão aconselha "medidas pragmáticas" como o uso de kits mãos livres e mensagens escritas, defendeu o director do organismo Cristopher Wild.
A 20 de Maio, uma aliança internacional de investigadores dedicados ao estudo de campos electromagnéticos endereçou uma carta aberta à IARC, onde sublinhava ser "inapropriado e pouco profissional fazer avaliações tão importantes sem os dados científicos necessários estarem disponíveis". O objectivo da IEMFA era adiar a reunião de 31 especialistas da IARC, realizada em Lyon no final de Maio, e de onde sairia a nova classificação - o i apurou que o estudo completo será publicado dentro de duas semanas na revista "Lancet".
Uma das críticas da IEMFA era só estarem disponíveis metade dos resultados do estudo Interphone, que analisou a utilização de telemóvel em 6400 doentes com tumores em zonas onde a radiação dos telemóveis é absorvida (glioma, meningioma e neuroma do acústico). No anúncio desta semana, a agência revelou ter tido acesso aos resultados por publicar e adianta que a principal suspeita recai para já num risco acrescido de glioma, um cancro do sistema nervoso central. Segundo dados obtidos até 2004, quem faz pelo menos 30 minutos de chamadas por dia ao longo de dez anos parece ser 40% mais susceptível a este cancro. "Pode haver algum risco, e por isso precisamos de continuar a investigar a relação entre os telemóveis e o cancro", conclui a IARC. Fonte: ionline
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